27 de abril de 2008

Pra quem chega no meu indefinível.

A vida é engrassadíssima, não é?!
Hoje me fez pensar em como me coloca em situações atípicas.
Necessárias, de fato, mas inimagináveis - no mais puro sentido da palavra.
Talvez seja culpa de uma complexidade 'indesvendável' - se assim posso chamá-la.
Ou, também, por uma sede de descoberta maior que a possibilidade da minha visão.

Vida.
Engraçada ou não; ainda vida.
Como se jogo fosse.
Um tabuleiro enorme, peças marcadas, não tão bem distribuídas.
Fatos, artefatos; estratégias e um 'esconde-revela' nem um pouco calculado.

É transparente a percepção que temos de nós mesmos quando o assunto é analisar as outras pessoas.
Somos psicólogos, analistas, médicos, solidários, cruéis; muitas vezes chegamos até a terapêutas.
Cremos que somos capazes de curar as "patologias" alheias.
Enfim, somos tão claros e exatos nessa brincadeira de apontar e cuidar, que acabamos esquecendo da necessidade de olhar pra dentro e criar estratégias para a nossa própria forma de jogar.

Bem, cometento o erro de me contradizer em poucas linhas, confesso que quase sempre me julgo dona de algumas certezas.
Certezas, essas, tão inabaláveis quanto à minha força em defendê-las.
Me exponho, da mesma forma, afirmando que muitas dessas vezes me percebo confusa, talvez perdida em minhas próprias verdades.
Sem tato nem clareza para esclarecer o que me caberia melhor: se o que vem de dentro pra fora, ou se o que vem de fora pra dentro.

Arrisco na idéia de equilibrar os dois.
Fato é que essa seja a conclusão mais óbvia a se chegar; porém não tão praticável quanto parece ser.
É deveras mais difícil realizar o equilíbrio que manter-se pendente para um lado só, tomando uma posição padrão para a maior parte das situações que são apresentadas.

Hoje, essa vida engraçada - e muito bem definida como imprevisível - me fez querer parar e refletir sobre minhas indagações, verdades e escolhas.
Hoje eu talvez tenha errado em algum desses três momentos; quem sabe nos três de uma só vez. Mas não me ausento de expor que me faço folha em branco para aprender as regras desse penoso e divertido jogo.

O mais engraçado é que, depois de um considerável tempo, me peguei escrevendo.



E sorrindo por isso.