25 de junho de 2007

Bom mesmo seria... Seria bom [mesmo].

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Por: Jheld Di Cleons



Bom mesmo seria
Nadar no mar dos teus sonhos
Naufragar no teu ser, me embriagar na tua boca
E um dia não mais morrer de saudade ou de vontade de você
De ter esse lago dos teus olhos
Essa luz do teu ser
Essa tua natureza vestida pela minha vontade
Que aflora nos desejos dos teus beijos
De tua forma de falar

Bom mesmo seria
Ser cantor e tua vida encantar
Ate mesmo ator e na tua vida representar
O astro dos teus desejos por meus beijos
E assim poder gravar, Marília, tua vida na minha história
E nessa tua vida, a minha encaixar
E registrar de uma forma que o tempo
Não tentara apagar
Pois só existe uma maneira
De se manter vivo e assim amar
É se entregando sem medo de nada
Nem do tempo e nem do mundo
Que em movimento nos faz
Um do outro se distanciar.

23 de junho de 2007

esconde-esconde.

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A vida, às vezes, parece querer brincar com a gente e insiste em testar nossos limites, colocando-nos em situações inimagináveis.
[Eu não sei quem sou. Na verdade não faço idéia]
Algumas vezes dá vontade de puxar a barra da saia da vida e dizer: "Ei! Posso ficar aqui embaixo?"
Mas ela só brinca com a gente se nossa razão assim permitir. Sei.
[Onde mesmo se esconde a razão na gente?]
Tá tudo meio escuro.
Não. Tá escuro mesmo - meio escuro nem existe. E eu vou seguindo caminhos pisados.
Acho que a segurança que depositei neles se esvaiu junto com as marcas das pegadas na areia que não consigo enxergar.
Um nó na garganta e um aperto no peito me incomodam; e vem um senhor no lado e me diz sorrindo: "Não chore, menina! Você é tâo bonita para estar chorando!" Bom isso. Vou me lembrar de ir pra frente do espelho quando estiver triste. Me lembrarei também das palavras de uma amiga me dizendo: "Ah! Tu chora por tudo mesmo."

Lembrar!
Tá aí... Acho que acabei de encontrar a contra indicação do meu remédio antimonotonia.
Lembrar.
Estranho isso de teimar em reviver as coisas, como uma tentativa de salvar algo. Quem sabe a vida. Mas não essa que se mostra e implora cuidado, mas aquela que caminha a mais tempo e ri na cara da gente quando percebe nossa frustração em querer mudá-la.
Dói.
Cansa também.
Natural.
Natural também é começar a pecerber mais cores naquele presente que virava passado tão rapidamente [e que acabava por debochar da mesma forma].





E eu falava de quê mesmo?
Das brincadeiras... Das brincadeiras...
Das brincadeiras da vida...

Pois é.
Acho que cansei de brincar, por ora.
Tem umas brincadeirinhas chatas essa vida.
Vou começar a inovar. Criar. Recriar.
Tudo bem do meu jeitinho.

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[passando o passado da foto, já que o passo lento que pacificaria minha memória não passa despercebido no passado presente que agora me atinge.]

19 de junho de 2007

Sabe...














...acabei de esquecer o que ia escrever.

15 de junho de 2007

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[és parte ainda do que me faz forte.
pra ser honesta, só um pouquinho infeliz.





mas tudo bem...]

14 de junho de 2007

tem dias que dói mais
outros que dói menos
distante a dor alivia
perto ela acentua


nesse caso...
adeus dor.









adeus você.
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[procurando vaga, uma hora aqui outra ali
no vai e vem dos meus quadris...



me dê de presente o teu 'bis'.]

13 de junho de 2007

dionísio

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R io de desejo deságua no mar do meu corpo
I ncansável, prova dos meus mistérios
C ada pranto, cada canto
A rmando sua barraca no meu terreno
R iscando as árvores com seu nome
D omina meus ouvidos com suas palavras
O stentando seus anseios nos meus [an]seios



15/03/2007

o infeliz[mente]

Chega

De pisar em falso
De gritar tão baixo
De cuidar tão pouco
De calar tão alto

De pisar em ovos
De fingir tão mal
De sentir tanto vazio
De não ser natural

De querer o que não tem
De insistir no que não vem
De esperar o que não vale
De amar o que não fale

De desejar estar só
De aguardar a chegada
De olhar tanto pra trás
E adiar a despedida

Não sei se sozinha ou acompanhada
Odiada ou amada
Se certa ou errada

Me basta a clareza de que esse caminho
Não mais seguirei
E que olhar pra frente
A partir de hoje
Tornou-se lei.

11 de junho de 2007

If You Wear that Velvet Dress

By Alexande Saldanha.


No meio de toda aquela gente, de todas aquelas luzes, o barulho era ensurdercedor. Todos dançando, cada um na sua... Mas eu estava parado, não conseguia me mover direito, não conseguia pensar direito. Estava ali observando, olhando de longe ela dançar... Suas pernas em movimento, seus cabelos balançando ao som que rolava na pista, seu sorriso parecia me hipnotizar me fazendo ficar parado como uma estátua que fita o horizonte.

Fiquei imaginando ter coragem para andar, sonhando acordado no som hipnótico das caixas em me aproximar, me aproximaria dela e deixaria a pergunta sair de minha boca: “Aceita tomar algo comigo?”, a olharia nos olhos, ela sorriria com o canto da boca e diria “sim”. Naquele momento pareceria que todos do recinto já não mais estariam presentes.... Seria apenas eu e ela, “nobody else here, none here to blame, it’s just you and me and the rain...”

E num simples toque de seus lábios, já não teríamos mais noção de espaço e tempo, seu cheiro faria com que nenhum outro existisse mais, o mundo haveria acabado e só sobraríamos nós dois. E tudo estaria bem e tranqüilo, tudo estaria em sincronia “if you were that velvet dress...” e todas as luzes restariam sobre ela em foco único, iluminando o resto de ambiente que ainda sobraria em nossas mentes... E de repente, em apenas um segundo que duraria uma eternidade, as luzes se apagariam e não haveria mais paredes, estaríamos em algum espaço não identificado onde a única imagem em nossas visões fechadas seria a um do outro... Eu a sentiria, eu a tocaria, beijaria cada canto do seu corpo como se fosse único para que ela sentisse que toda sua beleza estaria sendo contemplada e de repente me viria de joelhos em sua frente e ela: “get up of your knees, please...”

Seu vestido já não mais existiria, não haveria mais espaço, barreiras, horas e minutos, o amanha seria apenas uma idéia possível que sequer seria pensada ou lembrada. Enebriados pelo momento, deixaríamos quebrar uma regra da física e naquele momento dois corpos ocupariam o mesmo lugar e em transe ela dançaria apenas para mim e em mim. Nunca mais esqueceria de seus movimentos e de sua dança, repararia em cada fração de seu corpo se movimentando e ela dançaria para mim. E o transe só terminaria quando acordássemos na beira da praia, olhando o sol nascer e diríamos um ao outro: “you’re not the only one staring at the sun...”

Mas de repente “wake up dead man” e eu lembro que estava apenas imaginando ter coragem de fita-la nos olhos... E no caminho para o balcão para pegar uma bebida passo ao seu lado e ela nem me repara, apenas um segundo depois, seus cabelos livram seu rosto e seus olhos batem nos meus. Não sei como as palavras saem de minha boca: “aceita tomar algo comigo?” Ela olha nos meus olhos, sorri com o canto da boca e diz: sim!

as luzes se apagam..............

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mo[vi]mentos

De fato
O que se entrega é o que se carrega
Com fardo e culpa
Durante um tempo de labuta

Depois de entregue
O corpo sossega
O peso alivia
E o espírito adormece

Que a culpa não te faça dela escravo
Que a conveniência não te acomode
Que a rotina não te engane

Pois somos todos passarinhos
Sem pesos
Livres, leves, lindos

Somos todos passarinhos.

8 de junho de 2007

antes, agora e depois

E no seu corpo não sinto meu perfume
E no seu copo não bebo meu prazer
E nos seus olhos não vejo minha imagem refletida
E nas suas mãos o vão se faz presente

Cascata de nuvens sob os olhos cegos do querer
Você já não está
Aceitar é impossível
E eu não desisto
Persisto em sentir o peso das tuas mãos pairando sob meu corpo novamente

De que tamanho se faz o vazio que nos separa?
As chaves do apartamento ainda são as mesmas
No espelho ainda tem seu sorriso
E você já não está

As horas passam diferentes
E o caminho que percorro modifica a cada segundo
Passos lentos
Ruas escuras

Você não está

Grito seu nome
Faço sala para a dor que me assombra
Me acho nas memórias que me perseguem
Me perdi, assim como a você

Não há o que não me faça querer voltar
Minha cama guarda sua temperatura

"Minha pele tem o fogo do juízo final"

E meu fogo ainda arde você.