11 de junho de 2007

If You Wear that Velvet Dress

By Alexande Saldanha.


No meio de toda aquela gente, de todas aquelas luzes, o barulho era ensurdercedor. Todos dançando, cada um na sua... Mas eu estava parado, não conseguia me mover direito, não conseguia pensar direito. Estava ali observando, olhando de longe ela dançar... Suas pernas em movimento, seus cabelos balançando ao som que rolava na pista, seu sorriso parecia me hipnotizar me fazendo ficar parado como uma estátua que fita o horizonte.

Fiquei imaginando ter coragem para andar, sonhando acordado no som hipnótico das caixas em me aproximar, me aproximaria dela e deixaria a pergunta sair de minha boca: “Aceita tomar algo comigo?”, a olharia nos olhos, ela sorriria com o canto da boca e diria “sim”. Naquele momento pareceria que todos do recinto já não mais estariam presentes.... Seria apenas eu e ela, “nobody else here, none here to blame, it’s just you and me and the rain...”

E num simples toque de seus lábios, já não teríamos mais noção de espaço e tempo, seu cheiro faria com que nenhum outro existisse mais, o mundo haveria acabado e só sobraríamos nós dois. E tudo estaria bem e tranqüilo, tudo estaria em sincronia “if you were that velvet dress...” e todas as luzes restariam sobre ela em foco único, iluminando o resto de ambiente que ainda sobraria em nossas mentes... E de repente, em apenas um segundo que duraria uma eternidade, as luzes se apagariam e não haveria mais paredes, estaríamos em algum espaço não identificado onde a única imagem em nossas visões fechadas seria a um do outro... Eu a sentiria, eu a tocaria, beijaria cada canto do seu corpo como se fosse único para que ela sentisse que toda sua beleza estaria sendo contemplada e de repente me viria de joelhos em sua frente e ela: “get up of your knees, please...”

Seu vestido já não mais existiria, não haveria mais espaço, barreiras, horas e minutos, o amanha seria apenas uma idéia possível que sequer seria pensada ou lembrada. Enebriados pelo momento, deixaríamos quebrar uma regra da física e naquele momento dois corpos ocupariam o mesmo lugar e em transe ela dançaria apenas para mim e em mim. Nunca mais esqueceria de seus movimentos e de sua dança, repararia em cada fração de seu corpo se movimentando e ela dançaria para mim. E o transe só terminaria quando acordássemos na beira da praia, olhando o sol nascer e diríamos um ao outro: “you’re not the only one staring at the sun...”

Mas de repente “wake up dead man” e eu lembro que estava apenas imaginando ter coragem de fita-la nos olhos... E no caminho para o balcão para pegar uma bebida passo ao seu lado e ela nem me repara, apenas um segundo depois, seus cabelos livram seu rosto e seus olhos batem nos meus. Não sei como as palavras saem de minha boca: “aceita tomar algo comigo?” Ela olha nos meus olhos, sorri com o canto da boca e diz: sim!

as luzes se apagam..............

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