27 de agosto de 2007

dias do mês que acabam em seis.

.


você que não dá descanço
que, por hora, derramou meu pranto
sujou de vermelho sua imagem no espelho.


não há mais lugar para tamanha insensatez
tu que se fez, em mim, maior que a clareza
das minhas maiores convicções

vá, você
mas peço-lhe, antes de partires
se é que pode me atender.


vá...
mas me faça o favor de não mais voltar.

22 de agosto de 2007

Cartola.

.

senhora tentação
dê-me um tempo de descanço
para que eu apague de minh'alma
o arder do fogo do desejo
que me embreaga a cada abrir de olhos
e a cada boca despida de pudor.

Falemos do que realmente importa.

Não.
Não tenho dúvidas de que você, para mim, não passa de um desafio.
Você me testa e me mostra até onde posso ou devo ir.

Somos seres passionais e nos apegamos, por teimosia, àquilo que geralmente não pode ser nosso.
Conquistar determinado objetivo é o recheio do bolo, é a parte mais gostosa de se sentir humano.

Porém,
Viver dói.
Se testar também.
Talvez seja mais viável esquecer o recheio do bolo e tentar buscar a delícia nas partes que nos são acessíveis.
Gostar de quem gosta da gente, pra ser mais exata.

A banalização da doçura e singeleza de estar apaixonado acabou por conquistar, em nós, a sede pelo difícil.
Tamanha bobagem.
Corremos do que se mostra com facilidade; quem sabe por medo de mergulhar naquilo, quem sabe pela vontade [incondicional] de não estar acompanhado.
Teimamos no difícil, no que não é nosso, talvez até no impossível.

Amor
Próprio, talvez.
Amor próprio talvez seja a mais correta das expressôes.

Engraçado é corrermos da companhia de alguns e, ao mesmo tempo, lutarmos pela de outros.

[Por quê não se junta tudo numa coisa só ]

Tamanha teimosa achar que nos acharemos no achismo de estar apaixonados por aqueles os quais achamos que nos seja ideal.


Sigamos, sem maiores delongas.
Em frente, sem maiores torturas.
Presentes, sem maiores dificuldades.
Livres, sem maiores medos.
E amantes, sem receios, rodeios e bloqueios.


Sejamos.
Queiramos.
Façamos.
Amemos.


Simples...
Como a dedução de que você, pra mim, não passa disso.

13 de agosto de 2007

preciso te fazer sumir

Por que será que atrás das cortinas há sempre janelas fechadas com tricos, quase sempre, emperrados?






Quanto mais do tempo hei de perder pra perceber o que realmente importa?


Cansada de você.
Cansada desde quando você apareceu e se tornou, pra mim, indispensável.
Cansada dessa voz rouca no meu ouvido e esse jeitinho de falar que me desmonta.
Cansada de tanto desejo e de tanto frio na barriga.
Cansada desse sorriso que me confunde.



Como faço você desaparecer?