29 de setembro de 2008

Pulando obstáculos. Chegando em algum lugar.

Quem sou eu?
Onde me insiro?
Em que parte do mundo contemplo meu habitat?

Pra onde caminho?
Por onde devo seguir?
Até que ponto me levará a vida?

Sigo com passos lentos, por entre estradas desconhecidas, embora bastante previsíveis.
Me cansei de saber a distância entre meus passos e o tempo que eles possuem.

Pular.
Saltar, melhor dizendo.
É isso que quero. É disso que preciso.
Me surpreender. Me [des]conhecer.

Quero mais do que tenho; e mais do que terei.
Quero ser mil em uma só. Saber sê-las com vontade.
Quero vida, muita vida. E sede de mais.
Quero Marília, Mar e Ilhas.
Quero ser.
Quero ter.
Quero saber.
Quero prazer.




E você.

24 de setembro de 2008

Previsivelmente presa.

A sede de escrever, hoje, me consumiu.
A vontade de jogar todos os meus pensamentos e sentimentos para um papel me dominou!
Será que o motivo foram as lágrimas?
Será que hoje algo mudou?

A construção da descoberta pessoal é um hábito diário e inconsciente [infelizmente].
Mas nesses dias que se passam, sinto como se algo me prendesse ao chão. Algo que me impossibilita qualquer movimento brusco, qualquer mudança interior.
Me sinto estagnada... E sinto muito por mim mesma.

Engraçado é que sempre foi assim.
Os fatos se dão da mesma forma, em todas as situações.
Pessoas distintas, sentimentos idênticos, reações previsíveis.
Em que ponto preciso mudar?

O que me fará mover-me novamente?

Essa corrente...

Por que motivo tento chamar sua atenção?
Troco frases de efeitos; troco roupas.
Mudo o cabelo, mudo gostos.
Deixo de ser quem sou para tentar ser quem você quer.

Pra que?
O que ganharia, eu, se o conseguisse?
O que me faz achar que querer você é melhor do que querer a mim mesma?




Quão capaz é você de me arrancar momentos de prazer, diários...?!

Um Ser.

Uma folha em branco.
Palavras que jorram de dentro de mim.
Será que consigo?

Possível será passar tudo para o papel?
Que engraçada é essa vida. Quantas descidas, quantas subidas.
Que dia turbulento.
Quanta mudança.

O ser humano é temente à mudanças.
Sou um ser humano.
Temo.
Não quero que mude. Não isso.

Por que você fez questão de não me querer?
E por que me fez querer-lhe?



E ainda assim temo a mudança.
Ser humano... Ou ser estúpido?

27 de abril de 2008

Pra quem chega no meu indefinível.

A vida é engrassadíssima, não é?!
Hoje me fez pensar em como me coloca em situações atípicas.
Necessárias, de fato, mas inimagináveis - no mais puro sentido da palavra.
Talvez seja culpa de uma complexidade 'indesvendável' - se assim posso chamá-la.
Ou, também, por uma sede de descoberta maior que a possibilidade da minha visão.

Vida.
Engraçada ou não; ainda vida.
Como se jogo fosse.
Um tabuleiro enorme, peças marcadas, não tão bem distribuídas.
Fatos, artefatos; estratégias e um 'esconde-revela' nem um pouco calculado.

É transparente a percepção que temos de nós mesmos quando o assunto é analisar as outras pessoas.
Somos psicólogos, analistas, médicos, solidários, cruéis; muitas vezes chegamos até a terapêutas.
Cremos que somos capazes de curar as "patologias" alheias.
Enfim, somos tão claros e exatos nessa brincadeira de apontar e cuidar, que acabamos esquecendo da necessidade de olhar pra dentro e criar estratégias para a nossa própria forma de jogar.

Bem, cometento o erro de me contradizer em poucas linhas, confesso que quase sempre me julgo dona de algumas certezas.
Certezas, essas, tão inabaláveis quanto à minha força em defendê-las.
Me exponho, da mesma forma, afirmando que muitas dessas vezes me percebo confusa, talvez perdida em minhas próprias verdades.
Sem tato nem clareza para esclarecer o que me caberia melhor: se o que vem de dentro pra fora, ou se o que vem de fora pra dentro.

Arrisco na idéia de equilibrar os dois.
Fato é que essa seja a conclusão mais óbvia a se chegar; porém não tão praticável quanto parece ser.
É deveras mais difícil realizar o equilíbrio que manter-se pendente para um lado só, tomando uma posição padrão para a maior parte das situações que são apresentadas.

Hoje, essa vida engraçada - e muito bem definida como imprevisível - me fez querer parar e refletir sobre minhas indagações, verdades e escolhas.
Hoje eu talvez tenha errado em algum desses três momentos; quem sabe nos três de uma só vez. Mas não me ausento de expor que me faço folha em branco para aprender as regras desse penoso e divertido jogo.

O mais engraçado é que, depois de um considerável tempo, me peguei escrevendo.



E sorrindo por isso.

15 de fevereiro de 2008

Ciclos.
Nós vivemos em eternos ciclos. Em constantes mudanças. Nos construímos através delas e somos o que somos em consequência disso.
Os bons tempos vêm e se vão. E os maus tempos também. No entanto, despendemos grande parte do nosso tempo e enrgia tentando trazer os bons tempos de volta. Temos uma dificuldade inexplicável de abrir mão do que passou e abrir os braços para o que virá. Não conseguimos perceber que os bons tempos chegam por si mesmos. Talvez estejamos nos cegando com o desejo de possuir novamente que tínhamos julgado ser o melhor.

Vivemos eternamente conhecendo novos prazeres e, em consequência disso, adquirindo novos desejos. Vontades de ter, de sentir, de ser sentido, de realizar. São aspirações infindáveis e que se renovam a cada abrir de olhos. Mas será que somos capazes de enxergar realmente a mudança, até mesmo quando ela ocorre em nós?

Vivi bons momentos e confesso que, até o presente minuto, gastei uma energia incalculável tentando trazê-los de volta. Achando que eles eram o que eu precisava e queria para minha vida. Gastei toda a minha ansiedade, minhas preocupações e meu tempo [também].
Não que eu ache que os bons momentos não me serviram[ão] de nada; muito pelo contrário, faço questão de lembrá-los sempre. Questão maior faço de perceber que foi justamente nisso que pude distinguir a diferença em mim, a mudança, meu ciclo.

Constantemente vejo pessoas sofrendo por não conseguirem projetar sua força ou a importância de ser. O poder que possuem. Vejo dor, quando é notória a dependência do seu bem estar na simples presença de outro. Tenho consciência do quão difícil é tomar para si planos e fazer deles suas maiores verdades e, de repente, ter que se acostumar com o fato de que, por uma vontade que não sua, eles não se concretizarão.

Mas somos pessoas. E sendo vivas, sabemos que nosso sucesso ou fracasso depende única e exclusivamente de nós mesmos. A dor e o pesar podem ser diminuídos facilmente com a possibilidade do conhecimento de si mesmo, e da certeza que tudo do que precisamos se encontra dentro de nós mesmos. Não nos falta nada para um ou para milhares de sorrisos.

Não adianta procurar em lugar algum; nós somos os únicos detentores das nossas ruínas e de nossas vitórias.

18 de novembro de 2007

como consigo?

às vezes preferiria a ilusão e o cegar daqueles que vivem eternamente se submentendo



à minha incansável teimosia em conseguir e [tentar] vencer.

e quem disse que não chamaria 'amor'?

o que falta à um poeta senão o sorriso?




o que falta à mim senão a vida?
pois o que me resta, nesses dias seguidos, é viver o alheio.
e como se não me bastasse o observar diário de outrem, ainda me procuro nele.






triste fim daqueles que não possuem pudores.

11 de novembro de 2007

...e o mundo inteiro gritou, num só coro:
- salva-te, menina, antes que te transformem na 'Geni'.






e a menina, desde cedo, aprendeu que ser feliz não combinava nada com a 'geni'.

www.flickr.com/photos/mariliamorato


Trago
De onde venho
Passagens do que vejo
Belezas que distraem meus olhos.

Levo
Pra onde vou
A vontade de trazê-las pra mim.






- visitem e contribuam para o meu prazer ilusório que é escrever com a luz [ou pelo menos tentar]