Necessito escrever.
Meu computador não pega.
Ligo. Desligo. Religo.
Nada...
Deito, na tentativa de dormir um sono tranqüilo e agradável, afinal de contas, amanhã é dia de branco; ou preto no branco, melhor dizendo.
Pulo da cama.
O lençol voa pro chão.
Piso, tropeço nele, quase caio, quase não sinto.
O que me importa agora é isso. É escrever.
Dirijo-me à sala, já que meu computador não ajudou.
Lá se encontra o lap top* do meu pai [*me desculpe quem sabe escrever se caso esteja errado].
Numa tentativa frustrada ligo o aparelhinho... Nunca me dei muito bem com eles, pra ser sincera mesmo nem gosto.
Não consigo.
Tenho dificuldade pra encontrar o botãozinho.
Acendo a luz.
Nada.
Claro, meu pai nunca deixaria o lap top carregado, ou na tomada [muito menos].
Ligo.
“Xuxa que pariu” [aprendi hoje com um amigo de um amigo]!!!
A birosca do lap top tem senha!!!
Desligo tudo, inclusive a luz.
Mas não me contento.
A vontade de me exteriorizar não descansa.
Insisto e persisto nesse meu computador travado.
- O word ainda deve funcionar... Não vou sequer usar a internet – penso comigo.
E fui.
E foi.
Jorrou como se necessário fosse.
E o era.
As palavras precisavam de espaço.
E as minhas, digo-lhes de passagem, são indiscretamente espaçosas.
Respiram. Vivem. Fogem de mim.
Tento respirar as folhas.
Gravar a dança das árvores.
Fotografar o colorido das flores.
Tenho uma necessidade infinita de vida.
Preciso ater-me ao que é bom.
Atar-me ao Deus. [ao seu, ao meu, ao deles, ao nosso – que seja... ao Deus].
Não abro mão do amor que foi construído em mim, passo a passo, tijolo por tijolo.
Um amor suado, esforçado.
Um amor romântico, talvez; mas dos mais belos e reais possíveis.
Agarro-me ao vento e deixo que ele me embale.
Permito que a grama vele meu sono e a chuva regue meu sonho.
Vivo.
Vida.
É dela que me faço.
Acredito que todos a possuam, em suas mais variadas formas [escolhidas, ou não], mas a possuem.
Faço da minha o meu vício.
Minha droga.
Minha vontade.
Meu ouro. Meu tesouro.
Porém, me deparo com janelas... E vidas são janelas!
Abertas, fechadas, entreabertas, escancaradas...
Não importa.... São janelas.
E janelas são frágeis.
Feitas de vidro... E o vidro também é frágil... E transparente.
Quando se quebra, machuca.
Expõe a vida ali, de bandeja.
Hoje meu corpo contém vidros.
Meus braços, minhas pernas, minhas costas.
Porém esses não me machucam.
Os vidros que atingiram minha alma, esses sim me feriram.
3 de maio de 2007
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