28 de setembro de 2007

à alguém que dividiu comigo parte de uma vida.

Pega um copo pra mim, por favor.
Não. Não esse. Não quero chamar atenção. Na preciso de tanto, é só água.
Ta. Ta certo. Me dá esse mesmo. A verdade é que estou com medo de quebra-lo.
Não tem problema?
Tem sim. Claro que tem.
Você não gosta do dono? Mas ele pode gostar do copo.
É... Entendo que você não se importe.
Faz como fez comigo, não é?
Não se importa muito em quebrar certas coisas. Nem em machucar alguns.
Natural. Entendo perfeitamente.
Sabe... Já deveria ter acabado com essa estória de permitir sua invasão aos meus limites.
Não invade?
Claro que sim. E não se preocupa em faze-lo. Faz com gosto.
Egoísmo? Talvez egoísmo. Pessoas em comum me disseram que você era boa nisso.
Mas enfim... Me passa aquele copo de requeijão que a minha água vale muito mais do que ele.
E o meu objetivo é, tão somente, beber água.


Em relação a você?
Não me importo mais.
Me recuso a querer me importar.
Mas lhe desejo maturidade suficiente para evoluir... Talvez perceber que o mundo não é você.
Desejo-lho isso antes que perca todos os que, supostamente, te amam.


Sinceramente,
Marília Morato.

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