30 de março de 2007

- me falta


Convergendo - fatores externos estão - para um entendimento intragável do presente.
Sinto - me como se vagasse pelos misteriosos jardins secretos sem saída.
Sem guias, sem manuais.

Composta por vida, essencialmente.
Disso me faço.
E essa sede eterna me confunde; me permite demais, me permitindo a tudo

Perplexa.
Assim me vejo, vez ou outra, diante das pessoas.
São tão diferentes.
Tão superficialmente disfarçadas.
Escondidas atrás de valores mesquinhos, degradantes.
Mascaradas por seus medos. Por sua moral imoralmente percebível.

E esse mundo doente.
Me machuca.
Me atinge.
Esses rios de solidão.
Essas chuvas de sofrimento.
E é tamanho o frio dessas pessoas.
Qual rochas, fortemente fechadas.
Cheias de rachaduras.
Amarguradas.
Cobertas por limitações.
Condicionadas.
Acomodadas.
Sentindo a força da água batendo sobre si e, ainda assim, paradas.

Caminho.
Por onde... Pra onde... Despreocupo-me em saber.
Instintivamente é que ando.
Movida pela curiosidade.

[...minha música quer só ser música. minha música não quer pouco.]

Não quero seguir modelos... Nem preciso.
Adotar padrões... Não me tenta.
Possuir rótulos... Me enoja.
Anular-me... Me assusta.

Ando devagar.
Sem guia e sem direção.
Me descubro passo a passo... A cada desvio, curva, a cada topada... A cada etapa.
Vivo o momento vivo. O que me faz agora, pois meu poder se faz nele.

Porém hoje encontro-me mais perdida que antes.
Pequena.
Sinto que quanto mais abro meus olhos, mais medo tenho do poder de enxergar.
Quanto mais conheço as pessoas, muito mais as temo.


"O que é bonito é o que persegue o infinito.
Mas eu não sou... Eu não sou, não.
Eu gosto é do inacabado, o imperfeito, o estragado.
O que dançou.
Eu quero mais erosão, menos granito
Namorar o zero e o não
E escrever tudo o que desprezo
E desprezar tudo que acredito.
Eu não quero a gravação, não
Eu quero o grito.
Que a gente vai...
A gente vai e fica a obra
Mas eu persigo o que falta, não o que sobra
Eu quero tudo que dá e passa
Quero tudo que se despe, se despede e despedaça."

De tudo aquilo que não sei, quero a essência e o desejo de querê-la.
Do que sei, a certeza de que do errado me fiz certa.
Quero o que está escondido, timidamente esquecido.
O sorriso torto.
A falta de juízo condenada pela sanidade desse mundo caduco.
Quero tudo aquilo que se despreza.
O que não se segue.
O que não se ousa conhecer.

[...constuí o meu marco na certeza que ninguém, cibernético ou humano, poderia romper as minhas guardas, nem achar qualquer falha no meu plano.]

...e deixei escapulir o manual.
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